sexta-feira, 16 de novembro de 2007

A origem da virose

No consultório.
-Então doutor, o que eu tenho?
Não tenho a mínima idéia.
-Você está com febre e desenteria, vou te receitar um remedinho...
-Disso eu sei doutor, isso é o que eu sinto, mas o que eu tenho?
O que falar para ele? Preciso inventar alguma coisa...
-Estes sintomas são muito comuns nesta época do ano.
-É mesmo? Mas o que é?
Mas que cara insistente. Não é nada "paciente".
-Bom, ãhn... você tem um...
Treco, não muito radical. Infecciose. Bacteriose...
-Virose! Você está sofrendo de uma virose!
-E isso é grave doutor?
-Não, não. Só recomendo repouso. Tira uma semana de folga. Vai passar.
-Obrigado então doutor.
O paciente cumprimenta e sai da sala. O doutor corre para o telefone e disca um número.
-Doutor Juvenal? Boa tarde. Sim sou eu. Aconteceu de novo aquilo, mas escuta só o que eu bolei...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O tempo, relativo
marcas em riscos
sobre ossos ou pedras
marcas em paredes
ou em cavernas
marcas no rosto ou na mão
marcas na alma ou no coração
a voz que ecoa no pensamento
o perfume que atrai pelo vento
um segundo calado
momento lembrado
quer ser apagado ou
revisitado
momento de dor ou ilusão
como seria ou se não fosse
lembrança amarga, lembrança doce
descança em paz por esta noite