sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Dreaming for Free

Do que são feitos os sonhos?
alguns posso dizer com certeza
que são apenas de farinha e açúcar
em sua maior parte

Outros são como as nuvens
suas formas são visíveis à distância
mas irreconhecíveis quando nos aproximamos
alcançadas quando menos se espera

Estes são melhores sonhos
aqueles que parecem impossíveis
inatingíveis, impraticáveis,
mas que valem à pena todo o esforço
quando conquistados

Nunca deixe de sonhar
pois a cada sonhos conquistado
novos surgirão
a cada vez melhores

sábado, 22 de dezembro de 2007

Siga o coelho

Já ouvi uma vez que cada passo confirma o anterior.

É bom sentirmos que estamos evoluindo, aprendendo com os erros ou acertando de primeira em algo que não sabíamos que era mais fácil do que pensávamos.

O problema é fazer as coisas esperando recompensas, aplausos, ou em casos extremos, que ergam uma estátua em sua homenagem. Fazemos algo bem-feito quando fazemos com amor. Eu vejo exemplos no meu trabalho mesmo, os meus melhores desenhos foram sempre os que eu não fiz por dinheiro.

Eu me desviei do assunto?

Muitas pessoas vivem reclamando que não servem para nada, que não tem nenhum dom ou talento. Acho isso uma desculpa para parar de lutar. Todos sonham, mas nem todos alimentam os sonhos e por conseqüência eles vão definhando dia após dia. E o que é o sonho, senão uma direção do que queremos para as nossas vidas? Se em seu sonho você é talentoso em alguma coisa, não vale a pena se esforçar para ver se realmente isso funciona na prática? Não podemos esperar também que todos tenhamos talentos inatos. Adiciona aí muito estudo, muita luta.

Será que eu me desviei do assunto?

Mas aí entra o caminho que seguimos na vida. Se eu uso muito do meu tempo tentando ser bom em algo para qual eu não sirvo e depois no fim da vida eu olho para trás e me arrependo de tudo por ter passado todo o tempo trabalhando num emprego que eu odiava então de nada serve o esforço, a luta, o sangue e o suor. Que trágico.

Quem nunca pensou consigo mesmo "O que eu estou fazendo com a minha vida?", ou o clássico "A que ponto eu cheguei?" ou até mesmo o velho e bom "E se a minha vida fosse diferente?".

Um bom exemplo é o da faculdade. O sujeito entra num curso qualquer que escolheu na base de uni-duni-tê e, passados 2 semestres, vê que não é nada daquilo que quer para a vida, aí ele pensa que já pagou 2 semestres e fica com dó de terminar, aí resolve pagar mais 3 anos por algo que só trará infelicidade no campo profissional. É a mesma coisa que começar a comer e perceber que a comida está estragada, e aí continuar por dó de jogar fora. Se percebemos que estamos no caminho errado é hora de avaliar o cenário e mudar de curso. Um passo de cada vez, sempre analisando se é a direção certa para ter a certeza de não se arrepender depois e ficar sonhando com alguma realidade alternativa.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Caminhando

Enfim a luz do Sol, e com ela as cores que há muito haviam desbotado recobram sua pigmentação no raiar desta manhã. Em cada detalhe uma poesia e em todo som uma melodia pronta para ser lapidada. O vento continua a me guiar por cada passo, abro os braços como a vela de um navio em alto mar pronto para abraçar a vida e tudo o que me espera no futuro.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Pensamentos do dia batidos no liquidificador

ecos do passado
desviam minha atenção
forma familiar
nevoeiro sobre o mar
ainda escuto a tua voz
talvez o som da tua risada
talvez o brilho de teu sorriso
mas tudo se perde
como desenhos nas nuvens
visão me trai
ao mesmo tempo me acusa
eu erro
não tenho desculpas
sou condenado pelas minhas falhas
inevitavelmente a noite chega
e te leva para longe
enterrada no passado
como um nome escrito na areia
apagado pelas ondas do mar

sábado, 15 de dezembro de 2007

Frase

"Você corre o risco de terminar uma história
com reticências se persistir nos pontos finais"
Fernando Shoiti Schatzmann

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Defina isso

Dizem que nada é definitivo.
Em parte isso é verdade, mas todas as verdades possuem várias facetas.
Ontem eu pensava sobre o conceito do definitivo. E, pelo modo como eu vejo tudo é definitivo. As coisas são definitivas, mas somente em seus estados de definição.
Se você desiste definitivamente de algo, em certo momento da vida e em dado momento posterior resolve voltar atrás e aceitar, na verdade não está voltando atrás, o momento é outro. Aquela desistência imaculada, sempre vai existir.
Quando desistimos de coisas, que são incapazes de saberem que desistimos delas, não tem problema. Mas a coisa complica quando envolvemos as pessoas. Se desistimos definitivamente de alguém e essa pessoa sabe pode ser criada uma semente de mágoa, que pode resultar em diversos problemas inimagináveis. Um dos grandes problemas é o orgulho, o velho inimigo da humanidade.
Imagine-se passando por uma pet shop, e na vitrine você nota um lindo cachorrinho, chega a acenar para ele, brinca um pouco na medida do possível, pensa em levá-lo para casa para criá-lo e amá-lo, mas por algum motivo desiste. Pode até falar para ele "Olha, bem que eu queria te levar, mas não vou". Com certeza o bichinho não vai ligar, ainda mais porque não entende uma palavra sequer. Aí você pode voltar no dia seguinte e resolver levá-lo, com a certeza de que ele não se importou nem um pouco que não foi levado no dia anterior.
Agora transporte esta mesma história para um contexto de relações humanas. Aí complica, né? Digamos que a primeira desistência foi definitiva "Realmente essa pessoa não (alguma coisa)". E num segundo momento ela serve, ou até mais do que serve, é perfeita. O que leva esse segundo momento ser tão diferente é justamente o que comprova que é um situação diferente, e, portanto a desistência anterior foi, sim, definitiva segundo os parâmetros do momento em questão. Isso sem falar que a pessoa que sofreu a desistência pode não aceitar ser aceita pela segunda vez por desaforo. Muitas probabilidades, todas únicas, definitivas.
Definitivamente confuso.

Esse texto era maior, tinha uma lista de 10 momentos definitivos na minha vida, mas eu apaguei tudo.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Ecos

Datas foram esquecidas, marcos que eu almejava e que nunca foram atingidos. Números se foram, alguns apagados da memória, outros desfocados, irreconhecíveis e irretocáveis. As faces perdem as cores, as formas, como fotos antigas maltratadas pelo tempo, sumindo aos poucos pelas beiradas deixando com que os olhos sejam sempre os últimos a desaparecer. Curiosamente as vozes nunca se calam, continuam límpidas, transparentes e por vezes conseguem até dizer palavras nunca antes ditas.