terça-feira, 8 de junho de 2010

Onde vivem os nossos monstros?

Recentemente assisti (atrasado que só) o filme Onde Vivem os Monstros, baseado no livro de Maurice Sendak (que eu não li) e dirigido pelo sempre maluco Spike Jonze.



Sabe quando nos apaixonamos por um filme? Aconteceu isso comigo e desde o primeiro trailer já me identifiquei com esta história. Talvez algo tenha resgatado da minha memória emocional algo dos filmes fantasiosos da infância, não sei o que me lembrou de História sem Fim.



Mas onde os monstros vivem então?
Não vou dar spoiler, mesmo porque o filme não se baseia em grandes surpresas, não é o destino, é a trajetória, nem toda viagem é marcada pelo ponto final, e sim pela jornada pela qual passamos.



No filme podemos ver que temos monstros internos, temos várias vozes, pontos de vista distintos e a cada grande decisão temos um grande conflito. Algumas pessoas são extremamente coléricas, e dão muito ouvidos a esse monstro interno que quer destruir tudo, mas quando magoam se sentem culpados por serem incompreendidos, outros são movidos por compaixão extrema e se diminuem e se sentem inferiores perante desafios, muitas vezes não tendo amor-próprio, outros ouvem a voz de Deus e, quando a seguem, enfrentam sim, lutas, mas vêem um propósito de não se sentirem perdidos e pelo menos têm uma voz que diz o que é certo de se fazer, mas nem sempre é o caminho mais fácil.

Independente do que você acredita, você nunca é só você, a sua opinião nunca é única, mesmo que esteja só em uma ilha deserta, vai acabar inventando um amigo Wilson para conversar e discordar. Adoramos quando concordamos com o que pensamos, mas o nosso bom e velho coração enganoso nos prega muitas peças ao longo da vida e nos faz duvidarmos de nós mesmos. Mas é assim que caminha a humanidade, errando, acertando e enfrentando os monstros internos. Olhe lá dentro do seu coração, é lá que vivem os monstros. :O

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